06 junho 2009
Assunção
Para esquecer você eu faço descobertas
Descobri por exemplo, que sou artista mesmo e não tem jeito
Me emociono só de falar de arte e fico grato por chorar sem ser por você
Pelo menos um momento, uma noite.
Para esquecer as loucuras que um dia fiz, penso na serenidade que sinto quando durmo e meu travesseiro é novo.
Um prazer que não é de lembrar de teu rosto.
Teu rosto, já praticamente esqueci, porque gasto neurônios
memorizando outras coisas.
Versos, poesias de Drummond.
Para matar você da minha vida, eu me faço viver.
É uma troca, eu vivo, você morre. bem assim, claro e dinâmico.
Eu vivo nem que seja morrendo e cansando, soluçando e engolindo seco.
E você não sei se de verdade vive ou morre, pra mim você se apaga.
Só lembro de você mesmo na hora de esquecer.
Só estarei no paraíso tomando leite e mel quando não houver o que esquecer, quando tudo for surpresa de criança, quando aos meus pés estiver pintado um marco-zero, mesmo que seja de sangue ou lágrimas, mas não pisarei porque meus pés estarão no sublime, subindo escadas e já vislumbrando luzes que vêm de Deus.
Milagre.
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