12 setembro 2012

Emerald City


Ela um dia escapou das mãos:
Correu feito um rio
Enganou correntezas dela mesma
Passou através das árvores

Desapareceu no verde.

Verde das esmeraldas da cidade de esmeraldas.
Ela tinha que estar lá.

Chegou, construiu uma casa e mobiliou.


Nós, espantalhos, espantados
Aqui na outra cidade, feita de tudo, menos de esmeraldas,
Perguntávamos: Onde anda Dorothy?
Sucumbiu ao sofrimento?

Voou na ventania?

Nós, bruxas de leste a oeste

Suportando pesos de casas e furacões
Ignoramos onde a menina anda.

Mas alguém deve saber que:
A menina está dançando com sapatos de esmeralda.
Dançando o amor que ela nunca sonhou
Dizendo como louca: não há lugar como nosso lar!

Ela diz isso porque mora na casa na cidade das esmeraldas.

Que sonho é esse?

Me leva pra lá.

Nem tenho coração, nem coragem.
A estrada de tijolos amarelos está em obras.

Sempre fui eu a sentir dores.

Morei em casas de ilusão de má qualidade.

Olha, não (me) esquece:
Me manda cartas verdes, brilhantes,

Contando como é a noite
Na cidade das esmeraldas.

Tua nova casa.




Para Carla Dolores, a pedido.

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