Viver amando é uma escada para baixo
A gente desce, um degrau de cada vez, e olha pra cima pensando se volta ou continua.
De nada porém, adianta nossa vontade
É um movimento irresistível: uma folha seca no chão não tem a opção de não voar quando sopra um vento forte.
Viver amando é hoje termos mãos hábeis que costuram um difícil retalho.
Sair juntando tudo que combina e o que não combina e abrir mão do gosto e tecer um pano que não será como queríamos.
Viver amando é amanhã o pano ficar incompleto, rasgar, os retalhos acabarem bem na hora que a gente está gostando do desenho.
Viver amando é empurrar nosso amor num balanço de parque
Vai e vem, vai e vem.
A gente desce, um degrau de cada vez, e olha pra cima pensando se volta ou continua.
De nada porém, adianta nossa vontade
É um movimento irresistível: uma folha seca no chão não tem a opção de não voar quando sopra um vento forte.
Viver amando é hoje termos mãos hábeis que costuram um difícil retalho.
Sair juntando tudo que combina e o que não combina e abrir mão do gosto e tecer um pano que não será como queríamos.
Viver amando é amanhã o pano ficar incompleto, rasgar, os retalhos acabarem bem na hora que a gente está gostando do desenho.
Viver amando é empurrar nosso amor num balanço de parque
Vai e vem, vai e vem.
O vai é num empurrão nosso, o vem é uma cuidadosa acolhida.
Viver amando é não machucar o nosso amor quando ele volta.
Viver amando é ver nosso amor ir ali
E otimistas, esperarmos sua volta, embora ninguém a tenha garantido.
É numa noite antes de dormir, sorrir com lágrimas brilhando lá por dentro dos olhos, sendo formadas ainda nos canais.
E noutra elas destilarem como rios, molhando rosto, queixo, fazendo os lábios tremerem e a respiração acabar.
Uma lágrima que chega ao queixo é como o final da humanidade.
Viver amando é não viver constante: é a vida subdividida em segundos, um metrônomo impiedoso.
Viver amando é um sacerdócio não-religioso: é carne contra carne, os espíritos adormecidos, ingênuos do terror do suor e do sangue.
Viver é por si só uma tarefa árdua.
Amar é uma distração que toma todo o nosso tempo.
Olhando os pés, as mãos, os olhos do nosso amor
Não vemos quando nós mesmos esmaecemos, o corpo sublimando, ficamos inaudíveis, sem forma, translúcidos
Finalmente nosso vapor se misturando às nuvens
Viver amando é não machucar o nosso amor quando ele volta.
Viver amando é ver nosso amor ir ali
E otimistas, esperarmos sua volta, embora ninguém a tenha garantido.
É numa noite antes de dormir, sorrir com lágrimas brilhando lá por dentro dos olhos, sendo formadas ainda nos canais.
E noutra elas destilarem como rios, molhando rosto, queixo, fazendo os lábios tremerem e a respiração acabar.
Uma lágrima que chega ao queixo é como o final da humanidade.
Viver amando é não viver constante: é a vida subdividida em segundos, um metrônomo impiedoso.
Viver amando é um sacerdócio não-religioso: é carne contra carne, os espíritos adormecidos, ingênuos do terror do suor e do sangue.
Viver é por si só uma tarefa árdua.
Amar é uma distração que toma todo o nosso tempo.
Olhando os pés, as mãos, os olhos do nosso amor
Não vemos quando nós mesmos esmaecemos, o corpo sublimando, ficamos inaudíveis, sem forma, translúcidos
Finalmente nosso vapor se misturando às nuvens
E seguimos, nosso espírito dormente.
Um comentário:
"Uma lágrima que chega ao queixo é como o final da humanidade." Parece que não tem mais jeito.
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