18 julho 2012

Volvendo.

Imagina só o tamanho do absurdo.
Fui muito longe colher frutos.
Ficou escuro na volta e me perdi.

Esse caminho que eu conheço tão bem
Pois já me perdi nele tantas vezes
É tão o mesmo , mas eu sou outro.

Minha nova memória falha
Minhas mágoas novinhas em folha
Não tem nenhum registro 
Nada, só o papel branco.

Fui pego de surpresa e apenas ri.
Como Sara, da Bíblia:
Imagino o anjo dizendo "vais ter um filho!"
Ela, com noventa e tantos anos
Riu.

Milagres passam direto
Flechas invisíveis
Portanto, nenhum amor do meu ventre renascerá
Anjos e demônios, me esqueçam.

Quando sinto dor, tomo analgésico
O médico passou, mas eu tomaria mesmo que ele proibisse.
Pois quando me perco no meio da plantação e a luz acende e estou diante de você:
Cheirando a passado, com os olhos de quem conquista sem saber, e com voz de (minha) morte
Eu rio, tomo remédio que só eu sei, fabricação própria, e procuro o interruptor que deve haver em alguma parede.

No escuro eu enxergo tudo.

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