Amigo, tu deixaste o embrulho esquecido no assento que ocupaste.
Toma, amigo, o pacote que eu sei que não esqueceste, mas simplesmente abandonaste
Esperançoso que ninguém repararia tua pequena desfeita.
Perdoa-me, amigo, por perceber teu desamor, teu desprezo, tua frieza.
Sei que és este ser em natureza, que larga e que faz pouco, que joga no lixo o resto do bolo que te foi carinhosamente servido.
Ou mesmo toda a fatia.
Mas amigo, eu noto tuas sombrias facetas, teus movimentos furtivos,
tuas escolhas erradas e tuas vis distrações porque, veja bem amigo,
ninguém mais as percebe.
A ninguém mais tu interessas, a não ser a esta sombra de gente, este espectro de amor, esta réstia de paixão.
É este teu castigo, amigo amado, engole este fardo.
Ninguém vai te amar jamais e logo mais, num entardecer qualquer, num ímpeto de ladrão:
Tu serás a bagagem esquecida.
20 abril 2018
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