28 março 2008

Cá Entre Nós

Era uma vez um jovem, ou uma jovem, ou um velho, ou uma criança ou eu ou você que um dia sorriu ao ganhar uma flor ou um chocolate ou um bilhete.
E achou que a vida ou o destino seria assim sempre: sorrisos.
Depois do presente veio o final que não foi feliz.
O primeiro amor, o grande amor, o único amor, ou seja lá quem tenha sido, simplesmente sumiu no ar, na terra ou na chuva.
E o jovem ou a jovem ou o velho ou a criança ou eu ou você ficou lá em pé, no passado, no escuro, no frio.

E deu passos e "evoluiu" e amou novamente ou não, e tentou e chorou e fracassou e venceu e sorriu e gritou e dançou e cantou e as águas do moinho rolaram.
Mas um belo dia olhou para trás e se viu ainda lá parado, com a flor ou o chocolate ou o bilhete na mão, chorando.
Nunca, jamais saiu de lá para lugar algum.
E aquele vulto do que um dia foi ele mesmo, hoje menor ou maior ou igual nunca poderá sair de lá porque o passado se esquece mas não se apaga.

E aquele choro sentido de criança, de velho , de jovem , meu ou seu nunca será consolado porque o grande e único amor sumiu no vento e ninguém mais (nem o tempo) poderia fazer o que esse grande amor não fez.

O passado se esquece mas não se apaga, e vez por outra dolorosamente vislumbra o pobre vulto esquecido dos amores não vividos, ou dos sonhos não-realizados ou dos sonhos simplesmente.

Era uma vez, um desejo...

Um comentário:

Sra Ivana disse...

E agora?
Senta e chora?...
Desconcertante.