Sofro sem viver.
É como aquela criança que não brinca enquanto vê as outras rolando na grama, inventando mil travessuras, caindo e se machucando.
Choram, vêem o sangue no joelho ralado, mas brincaram.
Eu sou a criança que tem os joelhos em carne viva sem ter brincado.
Sou o banhista que nunca foi até o fundo e quando vai, é queimado por uma água-viva.
Volto em pânico. Fui castigado.
Sou quem dormiu de dia e acordou de noite: e agora? dormir mais ou ganhar as ruas?
Sou quem ganhou as ruas e foi assassinado numa esquina escura.
Mas antes de tudo sou aquele único sobrevivente do terremoto
Minha mão aparece sob os escombros.
Transformando meu espanto de viver em força de existir
E sorrindo, o ato mais heróico.
15 janeiro 2009
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2 comentários:
Eu tenho vivido exatamente assim, só agora estou conseguindo pôr os olhos na janela...
Eu era uma dessas crianças -_-'
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