16 setembro 2009

Bi-Bi


É um exercício escrever a essa hora: são 17:31h.
É hora de passagem, de pegar toalha pra banho, de sentir o cheiro da sopa do jantar, e o som das pessoas na rua saindo de seus trabalhos.

É aquela hora que a gente só termina as coisas.
Mas eu vou começar a escrever um texto. Agora, nessa hora incoveniente.

Lembrei que no Natal, as luzes que enfeitam a cidade começam a brilhar a partir dessa hora.
Sempre achei que seria impossível para mim escrever (pensar criar) algo nessa hora.
Mas são 17:35 (que bonito número).

Que estou sentindo além da aflição de escrever a essa hora?
Já sei: essa não é a minha hora de sentir saudade, amor, paixão, solidão, tristeza, ânimo, paz nem alegria.
É uma hora de não-sensações, é a hora de ações robóticas.

É pra declamar palavras como "departamento" "tráfego" "pedestres" "atraso" "fechadura" "chave" e "correria". É também hora de se ouvir buzinas e assobios.

Pronto, escrevi sobre um caos lá fora e que eu não acompanho.
Meu caos é em outra hora, agora sou um ser racional que sabe que tem que tomar banho, jantar e ir pro meu compromisso de todas as noites.

17:42.
Sem poesia.
Ufa!

2 comentários:

Ivy Soleil disse...

Tão triste sem poesia...
Mais triste do que com ela.:)

Ivy Soleil disse...

E não é nem tristeza: é vazio.