12 setembro 2009

Moinho de Vento.

O que estou tentando dizer é que as canções não bastam.
As leituras que fazemos nem os filmes que assistimos.
Falta muita coisa

É ilusão se sentir entendido: na verdade o que reina é a dúvida.
A Infinda Luta do Cavaleiro Solitário Em Busca da Felicidade no Reino da Dúvida.

Só que não é luta propriamente, nem sou propriamente um cavaleiro nem solitário nem buscando a felicidade.

Não busco nada, estou voltando olhando pro chão porque perdi algo que caiu do meu bolso.
O que há de solidão nisso tudo é que lutar para ser feliz é algo que se faz sozinho.

Certo, falarei por mim então. Luto sozinho para ser feliz.
Não sou um lutador, já disse, nem solitário. Nem feliz.

Sou é personagem mítico no Reino da Dúvida, porque tenho cá umas certezas.
Camponeses me vêem à noite vagando em bosques e por entre as paredes de castelos.

Sigo um fio agora: as canções não bastam porque só despertam dragões que deveriam viver adormecidos por forte sossega-leão.
Mas imprudente eu canto e eles acordam, dragões-paixões, bichos de um mundo além do sensível, monstros que depois me devoram nas noites que passo em claro pensando nos novos rostos e nomes.

A Não-Luta do Não-Cavaleiro Não-Solitário Na Não-Busca da Não-Felicidade.
É assim que a história deveria se chamar.


Um comentário:

Mario disse...

Adorei, um conjunto de Nãos que combinados representam um exato e grande sim:

"A Não-Luta do Não-Cavaleiro Não-Solitário Na Não-Busca da Não-Felicidade."

Como poderíamos reescrever
a estrofe acima sem os nãos?
A paz daquele que é diferente de um cavaleiro, que em companhia de alguém evita buscar a infelicidade...

Seria possível?