17 maio 2010

Fronteira.

Deveria ter um ritmo minhas palavras
mas cansa.

Melhor algo leve.
O silêncio.

Então posso começar pensando numa palavra que descreva
A solidão.

Melhor algo mais doce:
rugas ao redor dos olhos.

Todo texto de amor parece lamento penoso de louco em camisa de força.
Hoje liberto, faço costuras em outras roupas, quero mover os braços.

Eu deveria dizer para quem escrevo
Mas é tão bom não-amar

Melhor mentir.

Não preciso que ninguem me ensine a mexer nos eletrodomésticos
Fiquei moderno, sei apertar os botões certos.

Esse é o texto mais triste que escrevi na vida.
Mas acabou.

2 comentários:

Arthur Silva disse...

não dizer nomes é engolir em seco. quebre os copos. se eles não forem baratos, frágeis e custando mais do que realmente valem, resistirão. quebre os copos!

Clemilton disse...

Leio-te e te admiro.
Que a tristeza acabe e fique apenas a poesia por ela inspirada.
Que essa poesia sirva como grito de vitória, para aqueles que silenciaram,
Que sirva como luz de alerta para aqueles que ainda estão cegos em seu penar.
Que sirva como música leve, calma e melódica aos ouvidos dos inquietos e até então atormentados.
E que seja inspiração para novos gritos, novas luzes e novas músicas.