13 abril 2011

Andante


Passos apressados
Depois esses pés desabam numa grande e larga cama
lençóis e travesseiros se sacodem com seu corpo

(ele não sabe as horas ainda)

No rádio, "she's leaving home" baixinho
Ele olha pela janela, chove

Ele irá sonhar com carrosséis, sempre sonha
Contar carneirinhos, que pulam e sorriem pra ele

Depois tudo é rotina, o dia, a noite
E a tarde, aquelas horas que ele se descobre vivo, muito vivo
E sozinho.

Violinos anunciam que ele também irá sair de casa, bye-bye.
Ele flutua, não mais passos apressados
Não tem asas, sua maior frustração

Seus dedos riscam o ar, desenhando uma conta matemática
Sua mente longe dali, não calcula mais nada
Nem distâncias, nem medo, não mede nem é medido

Só sorri com toda lucidez que reúne em seu dia cheio de sol e chuva
Não é suficiente, mas ele só precisa de uma pequena e boa lembrança

Ouve os violinos de novo, mas tão longe
salta de sua nuvem e a cidade o engole.

3 comentários:

Lia Freitas disse...

"He´s leaving home after living alone
For so many years"
Acho que tem tudo a ver!

Lia Freitas disse...

"He´s leaving home after living alone
For so many years"
Acho que tem tudo a ver!

Roberto Oliveira disse...

Carlos Filho, adorei cara!Você já tem asas!