09 agosto 2013

Frio na Barriga.


( Só conseguimos viver porque não é sempre que nossa ficha cai.
A solidão seria insuportável.

Você trabalha, estuda, dança e dorme.
Pode ter patrão, uma mãe, um irmão, um cachorro, amigos.


Mas existem alguns hiatos de tempo

Quando você constata que é só
E você espanta esse pensamento como se espanta moscas )


Você não está nos planos de ninguém.
Aquela viagem, acontecerá sem você.

Ninguém cozinha pra você e pensando em você naquela noite de chuva.

Não existe o som do "bom dia".
Você é só mais um rosto na multidão.

Querido, mas não amado.



Você carrega suas próprias malas.

Você se culpa e você se absolve.
Você cria o problema e a solução.

Os navios partem e você sente o vento do cais apenas.

Porque você ficou.



Você é simples porque ninguém te complica.
Você ama porque ninguém minou seu sentimento.

Você ainda tem uma canção guardada na garganta, pra oferecer com carinho.
Essa canção está ficando antiga.


Ninguém vê tua beleza espontânea de quando você está em casa, 
desapercebendo do seu proprio encanto.
Ninguém te vê dormir.

Ninguém vela por você.



Quando você suspira de cansaço, 
Quando você suspira recobrando forças, visando o mundo á sua frente:

É só você na história.
Os suspiros se perdem. Não causam efeito em ninguém.

Ninguém notará você fazendo a curva, descendo as escadas, 
acenando, sorrindo ou chorando.
Desaparecendo.


(Então você volta a não saber mais de nada e a fazer planos de pedir uma pizza, e amanhã acordar cedo pra um compromisso qualquer, e então a vida segue, mas lá no fundo, você sente...)

Em quantos você se desdobra para, afinal, ser só você.

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