28 julho 2013

Rios Antigos.



Quando eu tinha 18 anos chorava com avidez.
Olhando pela janela, recostado, no escuro.
Um dia, até gritei.
Um dia eu era uma criança e no outro, eu sentia tanta dor
Olhei para todos os lados buscando uma explicação.
De onde vinha tanta tristeza?

Pois recebi uma explicação das mais convincentes.
Detalhe por detalhe, dia após dia.
Aquelas razões não capazes de verbo.
Pois bem, eu tinha um enigma.

Sonhei que havia um caminho longo, longo
As pessoas que estavam lá, estavam para ir embora.
O céu que havia lá tinha a sacra tarefa de desabar sobre mim
No mais, só caminho, estrada.

Nunca acordei.
As pessoas são recomendadas a não me fazer surpresas ou sustos, pois posso morrer.
Então toda a dor e sofrimento vem assim: sem sustos.
É uma água que se derrama lentamente sobre minha cabeça e percorre meu corpo
Nem às lágrimas tenho direito: a água gera e a água lava.

Um dia entenderão.
As pessoas
Elas foram embora mas um dia lembrarão de terem cruzado meu caminho.

Anos depois, meu choro é miserável.

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