Por eu sempre estar aqui cantando
Após horas e horas de choro sobre travesseiros
É que acredito na força de me recriar
Depois as lágrimas cessam, fica só aquela terrível dor da amargura seca
Saem palavras ríspidas, cortantes e vítimas: resultado de torturas inimagináveis na pobre alma.
Porém após tudo isso eu canto
Teimosa, louca e inutilmente.
Por eu não estar preparado pra mediocridade das pessoas, nem pra minha própria
Eu sempre tenho que me recriar
Por mais que doenças congênitas venham junto.
Consigo cantar
E só o que sei fazer, e consigo, no meu leito de morte
Balbucio fracas notas, sem qualidade alguma
Mas por dentro tenho a maior força e o maior consolo:
"o que me alivia são meus tristes ais"
Por eu sempre sobreviver ao abandono e ao desamor
É que meu canto só tem valor pra mim mesmo
Não tenho platéia nem ensaio nenhuma canção antes.
Então caminhando sobre essas águas turvas
É esse o caminho: quem prometeu não cumpriu
Um novo sonho se desfez, um amor que morre, uma amizade falsa, um fim, um ponto, um coração partido.
E eu cantando, até quando?
18 agosto 2010
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