19 setembro 2010

Alteridade



Como quem foge dos cães da polícia
Galhos quebrados, rastro nas folhas, pés pisando firmes e fortes
Em algum momento dessa fuga
O cansaço vencerá

As mãos que desenham no ar como um balé
De outro ângulo, são braços de um afogado
Nada da tranquila resiliência
Só um ar a ser respirado a qualquer custo

Escuta os passos de quem chega de madrugada
No escuro da noite dormida
Trazendo cheiro de vinho e as risadas impregnadas na roupa
Prende a lágrima, continua o pesadelo

A porta que leva para outro mundo
Sempre fechada, luz por baixo
Lambe os lábios de desejo
Quer estar lá

Tudo é solidão.

Um comentário:

Art. disse...

humm uma porta fechada não quer dizer que fora fechada na sua cara. se vc não tem acesso ao cômodo, paciência. vc sempre pode escolher entre onde vc não passa da sala - quando muito, avança à área de serviço - ou onde, na cama, vc reine.