26 junho 2010

Avant


Nunca desfiz as tais malas
Não uso nada que está lá dentro
Não passou por quarentena

As bases militares de todo o mundo
Não se interessaram por elas

Todo fim é assimétrico.

Minha mania de pôr a cereja no centro do bolo acabou.

Mas o fato é que o presente não faz, entretanto, o menor sentido.

As histórias se repetem, com novos nomes e lugares..
Não, me recuso.

Bom, como não tenho poetas à minha disposição, eu mesmo tenho que falar das feras que estão soltas:
Esqueci quem eu tinha de esquecer, trabalho árduo de anos, clínicas e mais clínicas de reabilitação no quintal de casa.
E agora? olho para mãos vazias e sei que nunca gostei de ver mãos vazias.
O que há para além do amor?
mesas de bar? divãs? palcos? noites insones?

Mas vou ser doce, porque quero que se alguém que eu amo ler isso, me escute doce.
Olha, todas as vezes que eu cantar e não souber onde pôr as mãos.
É de tanto amor, desconcertante.
Sempre que eu acordo, no pólo norte, eu penso em você no pólo sul.
Que fica a algumas quadras de distãncia

E aquela mala radioativa
Quase extra terrestre
O governo americano que se encarregue.

Meu presente sem formas, desafio para arquitetos, físicos e matemáticos
Ainda que com cores repetidas das solidões que já vivi antes,
É todo feito de fumaças.

Nem eu mesmo o tomo pra mim.
E isso me deixa livre
E doce, caso alguém que eu ame, leia.

Um comentário:

Arthur disse...

muito intimista, eu mesmo quase não entendi dessa vez. escreva mais pros outros se quer q gostem de lê-lo. como desabafo, está bom.