19 junho 2010

Mais uma Flor.

Preciso que a música pare, então consigo te dizer umas palavras.

A solidão é, por si só, um destino.
Se eu nunca mais dormir cedo, entenderei os buracos negros do universo.
Mas tudo que eu quero agora é saber onde você passou o dia.

Que pensamentos teve, o que sentiu quando abriu os olhos e viu a luz do sol.

Vai chegar um tempo, em que nenhuma palavra minha será para ti.
Que escreverei sobre flores, pássaros e raízes.

Mas já agora, sei que você não usa uma letra sequer que eu digo.
Recolho tudo do chão, minha cesta é branca e amarela.
De longe, parece que levo margaridas.

Nos vejo dois seres solitários, um mais que o outro, porém sonhadores.
Para não dizer sonhantes, que é mais apropriado, porém sei que essa palavra não existe.

Mas metade do que existe não é visto, nem sabido.
Quanta coisa eu não sei, e existe.
Tudo que existe em mim, e você não sabe.

Preciso saber o que você pensou antes de abrir a porta de casa hoje.
E saber a razão das suas mais recentes lágrimas.
Preciso saber apenas para que assim, oficialmente, existam as palavras que quero inventar

Para que me entendas, finalmente.
E que na noite mais solitária, o sonho vire realidade.
Se for um bom sonho
E a música recomece
E pelo menos um de nós saiba do que existe e do que precisamos.

3 comentários:

Arthur disse...

sei como é...

Lia Freitas disse...

Lindíssimo e muito certeiro!

BrunoMariano disse...

gostei desse.