Preciso que a música pare, então consigo te dizer umas palavras.
A solidão é, por si só, um destino.
Se eu nunca mais dormir cedo, entenderei os buracos negros do universo.
Mas tudo que eu quero agora é saber onde você passou o dia.
Que pensamentos teve, o que sentiu quando abriu os olhos e viu a luz do sol.
Vai chegar um tempo, em que nenhuma palavra minha será para ti.
Que escreverei sobre flores, pássaros e raízes.
Mas já agora, sei que você não usa uma letra sequer que eu digo.
Recolho tudo do chão, minha cesta é branca e amarela.
De longe, parece que levo margaridas.
Nos vejo dois seres solitários, um mais que o outro, porém sonhadores.
Para não dizer sonhantes, que é mais apropriado, porém sei que essa palavra não existe.
Mas metade do que existe não é visto, nem sabido.
Quanta coisa eu não sei, e existe.
Tudo que existe em mim, e você não sabe.
Preciso saber o que você pensou antes de abrir a porta de casa hoje.
E saber a razão das suas mais recentes lágrimas.
Preciso saber apenas para que assim, oficialmente, existam as palavras que quero inventar
Para que me entendas, finalmente.
E que na noite mais solitária, o sonho vire realidade.
Se for um bom sonho
E a música recomece
E pelo menos um de nós saiba do que existe e do que precisamos.
19 junho 2010
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3 comentários:
sei como é...
Lindíssimo e muito certeiro!
gostei desse.
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